tag:blogger.com,1999:blog-376722512023-11-16T12:51:01.883-03:00Coisa Nenhuma, Nenhuma CoisaBellehttp://www.blogger.com/profile/10942480198716643182noreply@blogger.comBlogger54125tag:blogger.com,1999:blog-37672251.post-23432133869609335142010-10-09T05:12:00.002-02:002010-11-29T11:59:19.377-02:00Rastros<b>A verdade?</b><br />
<b>Apago meu passado.</b><br />
<b>Rasgo poemas,</b><br />
<b>Jogo fora desabafos</b><br />
<b>Devolvo fotos</b><br />
<b>Doo presentes</b><br />
<b>Nego lembranças.</b><br />
<b>Para que o passado</b><br />
<b>Não interfira no presente</b><br />
<b>Tolice!</b><br />
<b>Pois resulto de cada poema</b><br />
<b>Cada bilhete, foto, presente e lembrança</b><br />
<b>E se apago registros,</b><br />
<b>A memória é indelével.</b><br />
<b>Erros e acertos</b><br />
<b>Marcados a cinzel.</b><br />
<b>Tão exatos quanto sempre.</b><br />
<b>Enquanto tento cobri-los com poeira</b><br />
<b>Sufocá-los em cinzas.</b><br />
<b>Nego o passado</b><br />
<b>Mas o passado não me nega</b><br />
<b>Pois sou seu resultado exato.</b><br />
<br />
Isabelle<br />
09/10/10Bellehttp://www.blogger.com/profile/10942480198716643182noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-37672251.post-29118014854760601272010-10-09T04:57:00.000-02:002010-10-09T04:57:13.117-02:00Fim da ciranda<b>E a dança entorpecedora</b><br />
<b>Por fim cansa,</b><br />
<b>Ofegante.</b><br />
<b>Uma pausa dentre as músicas.</b><br />
<b>Enquanto tenta retomar o fôlego</b><br />
<b>Pés doloridos</b><br />
<b>A cabeça estonteada</b><br />
<b>Braços úmidos</b><br />
<b>Face ruborizada</b><br />
<b>E, acima de tudo, cansada</b><br />
<b>Não deseja mais girar nem rodar</b><br />
<b>Perdeu o compasso</b><br />
<b>Pisou seu próprio pé</b><br />
<b>Anseia apenas por uma cadeira</b><br />
<b>E paz.</b><br />
<b>Uma noite de sono, talvez.</b><br />
<b>Acordar</b><br />
<b>E descobrir-se descansada.</b><br />
<b>Este baile terminou.</b><br />
<b>Ao menos para esta bailarina.</b><br />
<br />
Isabelle<br />
08/10/10Bellehttp://www.blogger.com/profile/10942480198716643182noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37672251.post-53469616397357302882010-10-09T04:25:00.000-02:002010-10-09T04:25:39.576-02:00Urso<b>O passado parece falhar.</b><br />
<b>O futuro, nada oferece.</b><br />
<b>Paradigmas quebrados</b><br />
<b>Certezas questionadas</b><br />
<b>A verdade que há tanto tempo sustenta,</b><br />
<b>Negada.</b><br />
<b>Voltar atrás? </b><br />
<b>Impossível.</b><br />
<b>Seguir em frente?</b><br />
<b>Para onde?</b><br />
<b>Desesperar-se?</b><br />
<b>De que adiantaria?</b><br />
<b>Parada, no mesmo lugar</b><br />
<b>Esperando que a dor um dia desapareça</b><br />
<b>Quieta, muda.</b><br />
<b>Se não fizer barulho,</b><br />
<b>Quem sabe vai embora?</b><br />
<b>A dor que sabia-se grande,</b><br />
<b>É, em verdade, paralizante.</b><br />
<b> Sem reação,</b><br />
<b>Torcendo para que passe adiante,</b><br />
<b>Fazendo-se de morta. </b><br />
<br />
Isabelle<br />
08/10/10Bellehttp://www.blogger.com/profile/10942480198716643182noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37672251.post-48417193752110941352010-10-09T04:12:00.001-02:002010-10-09T04:13:13.224-02:00Cera derretida<b>Enquanto a realidade esmaece,</b><br />
<b>Pesam minhas pálpebras.</b><br />
<b>O mundo derrete</b><br />
<b>Sua verossimilhança ameaçada</b><br />
<b>A verdade, mero balão de gás</b><br />
<b>Flutuando, afundando, errático</b><br />
<b>Por um plasma de possibilidades</b><br />
<br />
Isabelle<br />
12/08/10Bellehttp://www.blogger.com/profile/10942480198716643182noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37672251.post-27339918580066115392010-09-02T01:49:00.003-03:002010-10-09T04:13:40.088-02:00Poema às avessas<b>Fosse um outro poema,<br />
Eu cantaria o amor,<br />
Eu cantaria a paixaão,<br />
Cantaria a amizade ou a beleza do mundo.<br />
<br />
Mas este poema,<br />
Diverso de tudo anterior,<br />
Não canta a beleza ou a felicidade.<br />
<br />
Qual corvo, que antecede a desgraça<br />
Este poema conta a tristeza, a infelicidade.<br />
Conta o sofrimento,<br />
Conta o que há após o fim.<br />
<br />
Não só a não-aceitação do fim.<br />
(embora ela também)<br />
Mas a dor pior que o desepero.<br />
A indiferença, o esquecimento.<br />
<br />
A escolha de memória e o incômodo inerente.<br />
A dúvida primordial.<br />
Serei louca ou penitente?</b><br />
<br />
Isabelle<br />
01/09/2010Bellehttp://www.blogger.com/profile/10942480198716643182noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37672251.post-14549761246774292662010-05-27T23:59:00.004-03:002010-05-28T01:17:06.093-03:00Criação<b>Há certa ligação</b><br />
<b>Branda que seja</b><br />
<b>Entre crença e criação.</b><br />
<b>Tente criar</b><br />
<b>Sem acreditar</b><br />
<b>Em sua arte.</b><br />
<b>Impossível! </b><br />
<b>A arte que muda a vida</b><br />
<b>Colore, encanta e faz refletir</b><br />
<b>Surge apenas para os apaixonados.</b><br />
<b>Aqueles que amam sua arte de corpo e alma.</b><br />
<b>E quem ama, crê.</b><br />
<b>E cria.</b><br />
<b>Ou morre.</b><br />
<b>O amor ou o amante.</b><br />
<br />
Isabelle<br />
21/09/09<br />
<br />
<span style="font-size: 85%;">Sinceramente não gosto deste poema. Há um certo nó lá no meio dele que jamais fui capaz de limpar, de desatravancar. Mas relendo recentemente, os últimos três versos me causaram uma boa impressão. Por isso ele está sendo postado.Quem sabe se saindo dos confins de meu caderno ele não encontra uma solução?</span>Bellehttp://www.blogger.com/profile/10942480198716643182noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37672251.post-46680433039750073352010-03-25T09:28:00.003-03:002010-03-25T09:38:47.199-03:00Ao Cair do Véu<b>Conhece meu interior</b><br />
<b>Não tenho defesas contra ti</b><br />
<b>Teu olhar desarma-me,</b><br />
<b>desnuda-me</b><br />
<b>Inundada de ternura e paixão,</b><br />
<b>Fico diante de ti</b><br />
<b>Sem temor</b><br />
<b>Minhas imperfeições e deformidades visíveis,</b><br />
<b>óbvias à luz do dia</b><br />
<b>Ofereço-me a ti</b><br />
<b>Tal qual sou.</b><br />
<b>Sem véus</b><br />
<b>Apenas eu.</b><br />
<b>Pequena e feia,</b><br />
<b>Medrosa</b><br />
<b>Mas inteira, completa e repleta.</b><br />
<br />
Isabelle<br />
08/03/10<br />
<br />
<span style="font-size: 85%;">Sim, naturalmente não gosto de como ficou este poema. Essa mania de usar tu em vez de você parece tornar tudo que escrevo um tanto artificial. E o último verso decididamente me desagrada. Mas sem dúvida alguma gosto do que ele representa, da intenção por trás dele e das verdades que ele diz.</span>Bellehttp://www.blogger.com/profile/10942480198716643182noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37672251.post-44061324889478632162009-11-04T10:28:00.002-02:002009-11-04T10:37:49.391-02:00Indecente<span style="font-weight: bold;">A doce cobertura</span><br /><span style="font-weight: bold;">Do mais negro chocolate</span><br /><span style="font-weight: bold;">Sobre açucarados</span><br /><span style="font-weight: bold;">Biscoitos e creme</span><br /><span style="font-weight: bold;">Sou criminosa</span><br /><span style="font-weight: bold;">Indecente.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Meu pecado,</span><br /><span style="font-weight: bold;">Minha sobremesa</span><br /><span style="font-weight: bold;">Afasto a todos,</span><br /><span style="font-weight: bold;">Não desejam ser meus cúmplices,</span><br /><span style="font-weight: bold;">Fogem de mim</span><br /><span style="font-weight: bold;">Negam ser meus comparsas.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Fico sozinha</span><br /><span style="font-weight: bold;">Com minhas doces -</span><br /><span style="font-weight: bold;">Insinuantes - calorias</span><br /><span style="font-weight: bold;">Provas de meu crime nefando.</span><br /><br />Isabelle<br />07/10/09<br /><br /><span style="font-size:85%;">Uma brincadeira apenas, como todos os meus poemas.<br />Sim, ele foi escrito numa lanchonete enquanto eu saboreava uma deliciosa Torta Alemã. Sabe, acho que nenhuma bariga tanquinho ou coxa definida valem o sacrifício de se negar as maravilhas do chocolate.</span>Bellehttp://www.blogger.com/profile/10942480198716643182noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37672251.post-4521299972073627882009-09-28T23:39:00.002-03:002009-09-28T23:44:50.151-03:00Sentido<span style="font-weight: bold;">Pilhas, torres</span><br /><span style="font-weight: bold;">Montanhas inúteis</span><br /><span style="font-weight: bold;">Meus poemas amontoados</span><br /><span style="font-weight: bold;">Desnecessários</span><br /><span style="font-weight: bold;">Fúteis</span><br /><span style="font-weight: bold;">Inúteis</span><br /><span style="font-weight: bold;">Jamais serão lidos</span><br /><span style="font-weight: bold;">Jamais conhecidos</span><br /><span style="font-weight: bold;">Recitados?</span><br /><span style="font-weight: bold;">Não conte com isso</span><br /><span style="font-weight: bold;">Poderia rasgá-los</span><br /><span style="font-weight: bold;">Na fúria deste momento</span><br /><span style="font-weight: bold;">Desprezo-os por sua existência</span><br /><span style="font-weight: bold;">Desprezo-me por sua criação</span><br /><span style="font-weight: bold;">Mas mantenho-os intactos</span><br /><span style="font-weight: bold;">Testemunhos silenciosos</span><br /><span style="font-weight: bold;">De uma mente insana</span><br /><span style="font-weight: bold;">Auto-centrados</span><br /><span style="font-weight: bold;">Inúteis estardalhaços mudos</span><br /><br />Isabelle<br />28/09/09<br /><br /><span style="font-size:85%;">Bem, lendo poemas de amigos meus decobri o que já sabia: sou uma negação. Nem o que eu sei fazer eu faço realmente bem. Mas continuarei fazendo mesmo assim. Nunca escreverei tão bem quanto desejo, mas com muito afinco e dedicação, posso melhorar infinitamente. E isso me agrada. Sem dúvida, adoraria simplesmente ter o dom da escrita (ou de qualquer outra coisa). Mas não tenho. Nasci dessa vez pra suar mesmo, se eu quiser fazer algo bem terei que me esforçar (e muito!) para que isso aconteça. Então é melhor começar logo, não?</span>Bellehttp://www.blogger.com/profile/10942480198716643182noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37672251.post-41581652345703770592009-09-17T15:45:00.002-03:002009-09-17T15:56:24.128-03:00Oferenda<span style="font-weight: bold;">Ao acaso</span><br /><span style="font-weight: bold;">Senhor inquestionável</span><br /><span style="font-weight: bold;">De meu destino</span><br /><span style="font-weight: bold;">Ofereço minha vida,</span><br /><span style="font-weight: bold;">Cada segundo dela.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Minha vida como tributo</span><br /><span style="font-weight: bold;">Oferenda a meu deus</span><br /><span style="font-weight: bold;">O caos,</span><br /><span style="font-weight: bold;">Senhor de minha fortuna</span><br /><br />Isabelle<br />01/09/09<br /><br /><span style="font-size:85%;">Não sei se o surto de inspiração passou ou se apenas está voltado para a faculdade. Em todo caso, tenho textos antigos o bastante para suprir o blog enquanto a inspiração não volta.<br /><br />Esse poema faz parte de uma série de releituras que fiz, embora esse não seja exatamente uma releitura. Está mais para filho, consequência ou spin-off. A matriz geradora deste poeminha encontra-se em <span style="font-weight: bold;">Ilusões</span>. E além deste aqui, essa idéia do Caos (ou Nimb!) como senhor de minha vida, deu também origem a um outro poeminha, mas este aqui me agradou mais.</span>Bellehttp://www.blogger.com/profile/10942480198716643182noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37672251.post-41874872843540621282009-09-14T23:59:00.004-03:002009-09-15T00:32:11.121-03:00Hipocrisias ritualísticas<span style="font-weight: bold;">O ser humano é um bicho estranho, sabia? Temos necessidade de rituais. E é justamente isso (historiadora que sou) que me encanta no Antigo Regime. A sociedade toda é uma sociedade ritualística. Festas, jantares, procissões, até mesmo o lugar onde cada um sentava na igreja, tudo fazia parte de uma lógica litúrgica bem própria. Mas um detalhe importante torna isso tudo tão interessante: nesses "rituais" a sociedade mostrava-se tal qual era, sem tentativas de fingir um status inexistente.</span><br /><br /><span style="font-weight: bold;">E é justamente isso que me incomoda em certos rituais da nossa sociedade contemporânea. O casamento, por exemplo: o casal se conheceu num baile funk, transaram no 2º encontro e mesmo assim a noiva se casa de branco e dançam valsa na festa. A troco de quê? Provavelmente branco é uma cor que não cai bem nela, por que não se casar de azul? Por que a valsa, dança que nunca dançou e provavelmente nunca voltará a dançar? Por que não dançar forró, que por sinal, o noivo dança muito bem?</span><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Ou então, (e essa é a razão deste post) a formatura. Fazemos história numa universidade federal, passamos os últimos 4 anos indo de camiseta, calça jeans e chinelo para a faculdade, pisando em paralelepípedos irregulares, sentando na grama pra conversar, matando aula dormindo no tablado, fazendo churrasco numa grelha suja, fumando maconha nos fundos do prédio (não todos, lógico) e bebendo cerveja em copo descartável no bar em frente ao campus. Por que agora, na reta final querem festa com traje esporte fino, alugar salão de clube, contratar fotógrafo para fazer book... enfim, pagar caro para beber mal, comer salgadinhos requentados, usar roupa desconfortável e sapato que machuca o pé? Desculpe, mas dispenso. Acho sim que devemos comemorar o fato de termos saído da faculdade, termos terminado nossas monografias com êxito</span><span style="font-weight: bold;">, nossa entrada efetiva (com sorte) no mercado de trabalho</span><span style="font-weight: bold;">. Mas não sou a favor de comemorar isso hipocritamente, de uma forma que não signifique nada para os univesitários que fomos. Comemoremos em alto estilo. Bebida, comida, amigos queridos, nostalgia, micos, tudo que tivermos direito. Mas sem negarmos o que somos. Ou alguém pensa que simplesmente por nos formamos deixamos de ser o que somos?</span><br /><br /><span style="font-size:85%;">Faltando um ano para nossa formatura, meus queridos colegas de turmas começam a se movimentar para a organização de uma festa de formatura. As propostas são muitas, grande parte delas contraditórias. Visões diferentes de mundo, idéias diferentes quanto ao significado da data. Acho pouco provável um consenso. Mas uma vez que sou a única a enxergar isso por ora, recolherei a meu silêncio, conforme as discussões evoluírem acredito que mais pessoas concordarão comigo, ou eu me provarei errada. Em todo caso, esperarei em silêncio o desenrolar dos fatos vindouros.</span>Bellehttp://www.blogger.com/profile/10942480198716643182noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-37672251.post-60860112321867811042009-09-13T21:30:00.003-03:002009-09-13T21:35:28.291-03:00Ciranda<span style="font-weight: bold;">Segue a vida em sua ciranda</span><br /><span style="font-weight: bold;">Valsa infindável </span><br /><span style="font-weight: bold;">A girar e girar </span><br /><span style="font-weight: bold;">Estonteante</span><br /><span style="font-weight: bold;">Entorpecente</span><br /><span style="font-weight: bold;">Girando em sua dança</span><br /><span style="font-weight: bold;">Tonta e torpe</span><br /><span style="font-weight: bold;">Louca e doce</span><br /><span style="font-weight: bold;">Enlouquecedora</span><br /><span style="font-weight: bold;">Em sua eterna ciranda</span><br /><br />Isabelle<br />14/09/09<br /><br /><span style="font-size:85%;">Mais uma tentativa de comparar a vida a uma valsa ou qualquer outra dança. A questão central aqui é girar. A sensação de que a vida está sempre a girar. Como aquela sensação enebriante de quando somos pequenos e começamos a rodar e rodar e rodar até ficarmos tão tontos que não conseguimos mais. Para mim é isso que a vida deve ser, enebriante, linda. Até o último instante.</span>Bellehttp://www.blogger.com/profile/10942480198716643182noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-37672251.post-4708126429708491622009-09-07T15:08:00.004-03:002009-09-07T15:36:55.407-03:00Amores possíveis<span style="font-weight: bold;">Saúdo os amores do passado.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Saúdo os amores vindouros.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Cada um deles</span><br /><span style="font-weight: bold;">Faz agora parte de mim.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Meus medos, anseios e manias</span><br /><span style="font-weight: bold;">Modificados e moldados</span><br /><span style="font-weight: bold;">Pelos amores passados.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Não felizes ou trágicos,</span><br /><span style="font-weight: bold;">Apenas possíveis.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Transformaram-me em que sou.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Tanto a lembrança do que foi,</span><br /><span style="font-weight: bold;">Quanto o anseio pelo que será.</span><br /><span style="font-weight: bold;">E entre lembranças e anseios,</span><br /><span style="font-weight: bold;">Sigo minha vida.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Não à espera do definitivo,</span><br /><span style="font-weight: bold;">Mas aceitando o fugaz.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Não como passageiro,</span><br /><span style="font-weight: bold;">Mas como verdadeiro.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Apenas o possível.</span><br /><br />Isabelle<br />02/09/09<br /><br /><span style="font-size:85%;">Passado, futuro e presente, entrelaçados. Formando o que sou nesste exato segundo. Dentro de mais um momento serei uma pessoa diferente. Assim como agora sou uma pessoa diferente do que fui há apenas um instante atrás. Nestes últimos segundos, milhares de pensamentos atravessaram meu pensamento, tornando-me alterando ainda que ligeiramente minha forma de ver o mundo. Também, centenas de células que fizeram parte de mim morreram e outras tantas se reproduziram, dando origem a novas células. Não, não somos sempre as mesmas pessoas. Somo indivíduos fluidos, em constante mudança, em constante movimento.<br /><br />Este poema foi escrito porque eu sentei, abri o caderno, peguei a caneta e quis escrever um poema. Espero que seja o início de uma nova fase, que agora eu possa dizer aos meus textos: "Oi, tudo bem? Preciso que você saia das profundezas de minha mente, ok?", e ele saia. Não facilmente, lógico. Mas sem duvida é melhor do que passar quase dois anos inteiros sem escrever.<br /><br />Sm, novamente o problema do título. Estou ciente que trata-se de plágio. Fui diretamente influenciada por um <a href="http://www.adorocinema.com/filmes/amores-possiveis/">filme brasileiro</a> de 2001 com exatamente este mesmo título e por um livro de Pedro Bandeira chamado <a href="http://www.estantevirtual.com.br/mod_perl/busca.cgi?pchave=%22Amor+imposs%EDvel+%2C+poss%EDvel+amor%22&tipo=simples&estante=%28todas+estantes%29&alvo=autor+ou+titulo">Amor impossível, possível amor</a>. Mas pensando bem, não é um título tão difícil assim de se chegar, uma pesquisa no Google mostra que existe até mesmo um site de relacionamentos com esse nome. Bem, na minha opinião esse título funcionou para o poema, ao menos por ora.</span>Bellehttp://www.blogger.com/profile/10942480198716643182noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37672251.post-35977307714708671212009-09-05T18:45:00.006-03:002009-09-07T15:38:51.929-03:00Peças brancas<span style="font-weight: bold;">A batalha</span><br /><span style="font-weight: bold;">À minha frente</span>.<br /><span style="font-weight: bold;">Tabuleiro de xadrez</span>,<br /><span style="font-weight: bold;">Peças já postas</span><br /><span style="font-weight: bold;">À minha espera,</span><br /><span style="font-weight: bold;">Aguardando meu movimento</span>.<br /><span style="font-weight: bold;">Parar dar início</span><br /><span style="font-weight: bold;">À minha solitária batalha.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Guerra contra mim mesma</span>,<br /><span style="font-weight: bold;">Sem aliados,</span><br /><span style="font-weight: bold;">Sendo meu próprio inimigo</span>.<br /><span style="font-weight: bold;">Ninguém virá em meu socorro</span>.<br /><span style="font-weight: bold;">A quem recorrer </span><br /><span style="font-weight: bold;">Ao ser sabotado por si mesmo?</span><br /><br />Isabelle<br />01/09/09<br /><br /><span style="font-size:85%;">Nesse dia (01/09), eu escrevi quatro poemas. Quatro releituras de poemas escritos por mim em diversos momentos de minha vida. <span style="font-weight: bold;">Taba escondida</span> é uma releitura de <span style="font-weight: bold;">Cidade Natal</span>. Enquanto este (<span style="font-weight: bold;">Peças brancas</span>) é uma releitura de <span style="font-weight: bold;">Eu</span> (e bote releitura nisso! se eu não falasse ninguém perceberia.) Como estranhamente eu nunca postei <span style="font-weight: bold;">Eu</span> aqui, temo que ele esteja perdido nas minhas montoeiras de papel e cadernos. Procurarei por ele e postarei assim que possível, para comparações.</span>Bellehttp://www.blogger.com/profile/10942480198716643182noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37672251.post-35915780859816908022009-09-05T18:44:00.003-03:002010-03-25T09:49:59.126-03:00Antiguidade como mérito<span style="FONT-WEIGHT: bold">Sim, amigo</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">E mais uma vez nos aproximamos</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Para mais um capítulo de nossa amizade</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Livro de retalhos</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Sem coerência ou razão de ser</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">E essa justamente é</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">A beleza que há em nós</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Jamais esperamos mais do que podemos dar</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Não somos um para o outro</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Nada além do que somos</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Não é meu melhor amigo</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Nem o mais querido</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Sequer o mais parecido</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Assim como para você</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Nada sou além de mim</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Tudo em comum, </span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Mas nada em comum</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Nosso único mérito</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">É sermos os mais antigos.</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Pois é, estranhamente, </span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Meu mais antigo amigo.</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Talvez tenha sido o tempo o culpado</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Por apagar todos os meio-tons</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Por tornar inúteis as entrelinhas</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Por gritar bem alto o que ficaria não-dito</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Por romper as barreiras do aceitável</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Por tornar escancarada a amizade</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">E a intimidade.</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">De você, amigo</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Nada peço</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Nem mesmo que continue sempre por aqui</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Peço apenas que volte vez ou outra</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Apenas para uma cerveja</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Apenas pelos bons tempos.</span><br />
<br />
Isabelle<br />
05/09/09<br />
<br />
<span style="font-size:85%;">Sim, um outro poema sobre um outro amigo. A única diferença é que este, ao contrário do anterior (que eu espero que saiba muito bem o que significa para mim) não faz a menor ideia da importância que tem em minha vida. E continuará sem saber, pois como eu disse, é justamente a ausência de cobranças ou responsabilidades que torna essa amizade importante como é.<br />
Não é o tipo de amizade que você pode contar para o que der e vier, pode ser que você precise e ele esteja ali, pode ser que não, pode ser que esteja sem nem saber que você estava precisando. Mas o que eu posso ter certeza é que sempre irá voltar.<br />
<br />
De novo falando de títulos, desse eu gostei um pouco mais. Parece mais um verso que um título (consigo até ver esse verso ali no final "Antiguidade como mérito/ Descompromisso como lema" logo depois de "E a intimidade"). Mas, justamente porque não coloquei esses versos, o título ficou menos previsível.</span>Bellehttp://www.blogger.com/profile/10942480198716643182noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37672251.post-1959605193278244332009-09-05T17:55:00.008-03:002010-03-25T09:51:11.123-03:00Amigo<span style="FONT-WEIGHT: bold">Curioso que fosses tu a ficar</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Tantos foram os que já passaram</span> <span style="FONT-WEIGHT: bold"><br />
Mas não tu.</span> <span style="FONT-WEIGHT: bold"><br />
Contra todas as possibilidades,</span> <span style="FONT-WEIGHT: bold"><br />
Contra todas as probabilidades,</span> <span style="FONT-WEIGHT: bold"><br />
Ficaste.</span> <span style="FONT-WEIGHT: bold"><br />
Ao longo dos anos,</span> <span style="FONT-WEIGHT: bold"><br />
Ao largo das distâncias.</span> <span style="FONT-WEIGHT: bold"><br />
Estavas sempre ao meu lado</span> <span style="FONT-WEIGHT: bold"><br />
Jamais recriminaste meu jeito tolo</span> <span style="FONT-WEIGHT: bold"><br />
Mas sempre a aconselhar-me a razão</span> <span style="FONT-WEIGHT: bold"><br />
E sempre com razão.</span> <span style="FONT-WEIGHT: bold"><br />
Ao contrário do que pensas,<br />
</span><span style="FONT-WEIGHT: bold">Sinto sim ciúmes de ti.</span> <span style="FONT-WEIGHT: bold"><br />
Das amigas - não das namoradas.</span> <span style="FONT-WEIGHT: bold"><br />
Quero ser não tua única, </span><span style="FONT-WEIGHT: bold"><br />
Mas tua melhor.</span> <span style="FONT-WEIGHT: bold"><br />
Quero a certeza da não-perenidade</span> <span style="FONT-WEIGHT: bold"><br />
Tantas chances já tivemos</span> <span style="FONT-WEIGHT: bold"><br />
Quantas possibilidades</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Mas não foi por acaso</span> <span style="FONT-WEIGHT: bold"><br />
Que nada ocorreu</span> <span style="FONT-WEIGHT: bold"><br />
Para ti, amigo mais querido,</span> <span style="FONT-WEIGHT: bold"><br />
Reservo-te o futuro</span> <span style="FONT-WEIGHT: bold"><br />
Imprevisível circunstância</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Como foi nossa amizade no princípio</span> <span style="FONT-WEIGHT: bold"><br />
Não sei o que virá em seguida</span> <span style="FONT-WEIGHT: bold"><br />
Mas posso dizer:</span> <span style="FONT-WEIGHT: bold">Não tema.</span> <span style="FONT-WEIGHT: bold"><br />
Estarei ao teu lado</span> <span style="FONT-WEIGHT: bold"><br />
Não sempre que precisares</span><br />
<span style="FONT-WEIGHT: bold">Mas a todos os momentos</span> <span style="FONT-WEIGHT: bold"><br />
Pois és o mais querido amigo</span><br />
<br />
Isabelle<br />
05/09/09<br />
<br />
<span style="font-size:85%;">Depois de algumas tentativas, saiu. Curioso como esse poema já surgiu completo. Tentei incluir nele outros versos, mas foram simplesmente expulsos. Bem, me agrada a forma como ele ficou no final das contas.<br />
<br />
Novamente o problema dos títulos. Poderia ser mais previsível?</span>Bellehttp://www.blogger.com/profile/10942480198716643182noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37672251.post-65032140317778293232009-09-05T17:46:00.004-03:002009-09-07T15:40:07.396-03:00Incerto<span style="font-weight: bold;">Assim é a vida</span><br /><span style="font-weight: bold;">Surpresas e ironias</span><br /><span style="font-weight: bold;">Aqueles que amamos</span><br /><span style="font-weight: bold;">Os mesmos que mais machucamos</span><br /><span style="font-weight: bold;">Um mar de incertezas</span><br /><span style="font-weight: bold;">Onde não navegamos</span><br /><span style="font-weight: bold;">Apenas tentamos - </span><br /><span style="font-weight: bold;">Deseperadamente por vezes -</span><br /><span style="font-weight: bold;">Não nos afogar.</span><br /><br />Isabelle<br />05/09/09<br /><br /><span style="font-size:85%;">Deem um desconto. Dessa vez não houve sequer rascunho, esse poema foi escrito diretamente aqui. Mas é de certa forma agradável. Tentei fugir do clichê de "um mar de incertezas onde navegamos" e acabei criando esse poeminha.<br /><br />Pergunta: alguém sabe como dar títulos a textos? Eu não domino essa técnica. Fato que tem se tornado mais claro a cada dia.</span>Bellehttp://www.blogger.com/profile/10942480198716643182noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37672251.post-65005112153174807282009-09-01T16:56:00.002-03:002009-09-01T17:13:28.414-03:00Taba escondida<span style="font-weight: bold;">De minha cidade</span><br /><span style="font-weight: bold;">Que tenho a dizer?</span><br /><span style="font-weight: bold;">Cidade contraditória</span><br /><span style="font-weight: bold;">Paixões extremas</span><br /><span style="font-weight: bold;">Fidelidades eternas</span><br /><span style="font-weight: bold;">Vinganças juradas</span><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Mar de um lado</span><br /><span style="font-weight: bold;">Morro de outro</span><br /><span style="font-weight: bold;">Um rio por limite</span><br /><span style="font-weight: bold;">Concreto, areia</span><br /><span style="font-weight: bold;">E água escondida</span><br /><span style="font-weight: bold;">Pedra como símbolo</span><br /><span style="font-weight: bold;">Nave a se debruçar para o mar</span><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Apenas uma família</span><br /><span style="font-weight: bold;">De primos desconhecidos</span><br /><span style="font-weight: bold;">Cruzamo-nos todos</span><br /><span style="font-weight: bold;">Completos estranhos</span><br /><span style="font-weight: bold;">Apenas um grau de separação</span><br /><span style="font-weight: bold;">Tão perto, tão distantes.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Dentre ruas de areia</span><br /><span style="font-weight: bold;">Da aldeia natal</span><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Contraditória morada</span><br /><span style="font-weight: bold;">Ame-a ou odeie-a</span><br /><span style="font-weight: bold;">Jamais a abandone.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Impossível esquecê-la.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Insuportável deixá-la.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Querida cidade da água escondida.</span><br /><br />Isabelle<br />01/09/09<br /><br /><span style="font-size:85%;">Talvez esse poema devesse ter sido cortado em três, e cada uma das três estrofes merecese um poema só dela. Mas foi assim que ele saiu, tirando alguns pequenos ajustes.<br /><br />Ainda tenho sérios problemas para corrigir em meus poemas.<br />O principal deles é minha total incapacidade de revê-los. Sei que alguma coisa me incomoda terrivelmente, mas dificilmente consigo achar a fonte do incômodo.<br />Outros problemas são minha divisão em versos e minha pontuação. A divisão é simplesmente ilógica. Versos demasiadamente compridos, versos de uma palavra só. Versos que são uma frase completas ou uma mesma frase dividida em três versos.<br />E quanto à pontuação, a sensação é que eu saí distribuindo pontos e vírgulas ao léu. Algumas frases terminam sem ponto, outras recebem ponto final, um caos completo.<br /><br />Com sorte corrigirei esses problemas antes do fim da vida.</span>Bellehttp://www.blogger.com/profile/10942480198716643182noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37672251.post-32313654116258940962009-08-27T16:47:00.003-03:002009-09-07T15:40:25.534-03:00Possível<span style="font-weight: bold;">E a cada esquina, tantas possibilidades</span><br /><span style="font-weight: bold;">A cada escolha, inúmeras consequências</span><br /><span style="font-weight: bold;">Vês aquel industrial? Poderias ser ele</span><br /><span style="font-weight: bold;">Vês aquele mendigo? Aquele pai com a criança à mão?</span><br /><span style="font-weight: bold;">A dama empoada que anda com pressa.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Poderiam ser qualquer um de nós.</span><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Alguém salta dum prédio</span><br /><span style="font-weight: bold;">Sentes sua dor?</span><br /><span style="font-weight: bold;">É nossa também</span><br /><span style="font-weight: bold;">Pois se somos o resultado de cada escolha feita</span><br /><span style="font-weight: bold;">Outras escolhas resultariam em outras pessoas</span><br /><span style="font-weight: bold;">Afinal, o que nos afasta daquela senhora</span><br /><span style="font-weight: bold;">Ziguezagueando enquanto vira a esquina</span><br /><span style="font-weight: bold;">Praguejando em voz alta contra sua má-sorte?</span><br /><br />Isabelle<br />26/08/09<br /><br /><span style="font-size:85%;">"Possível", ou "O que fazer durante uma aula tediosa de Brasil Império"<br />Alguém mais reparou o quanto tem sido recorrente nos meus poeminhas a temática da escolha, das possibilidades e da fragilidade do real?<br />Como historiadora que sou, não posso deixar de pensar que o passado tem total responsabilidade sobre o que somos. E como geminiana, nem um pouco predisposta a gostar de fazer escolhas, tenho que aceitar que não posso me isentar delas.<br />Sinceramente, não me agrada essa poesia, mas gosto da minha intenção inicial com ela, o que já é meio ponto. Realmente acredito que poderíamos ser qualquer outra pessoa, bastando para isso escolher um caminho ligeira ou drasticamente diferente.</span>Bellehttp://www.blogger.com/profile/10942480198716643182noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37672251.post-4698432107650333072009-08-25T16:35:00.003-03:002009-09-05T20:54:51.395-03:00Quem construiu as sete torres de Tebas?<br /> Nos livros estão os nomes dos reis.<br /> Foram os reis que arrastaram os blocos de pedra? ...<br /> Para onde foram os pedreiros na noite, quando ficou pronta<br /> a Muralha da China?<br /> O jovem Alexandre conquistou a Índia.<br /> Ele sozinho?<br /> César venceu os Gálios.<br /> Não teria consigo um cozinheiro ao menos?<br /> Filipe da Espanha chorou, quando a armada se afundou.<br /> Não havia outras lágrimas?<br /> Frederico II venceu na Guerra dos Sete Anos —<br /> Quem venceu com ele? ...<br /> Cada dez anos um Grande Homem.<br /> Quem pagou as despesas?<br /> Tantos detalhes.<br /> Tantas perguntas.<br /><br />Bertolt Brecht<br />trecho de poema<br />(Tradução de Paulo Quintela, com ajustes meus)Bellehttp://www.blogger.com/profile/10942480198716643182noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37672251.post-13015077975657613642009-08-21T16:58:00.000-03:002009-08-21T17:00:09.377-03:00Incrível.<br />Tenho tido surtos de inspiração. Terminei finalmente poemas cujas idéias centrais pairavam em minha mente há anos. Com o tempo coloco um ou outro aqui.Bellehttp://www.blogger.com/profile/10942480198716643182noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37672251.post-47102911957592128932009-08-21T16:35:00.002-03:002009-08-21T16:49:05.791-03:00Ancestral<span style="font-weight: bold;">Uma sombra difusa</span><br /><span style="font-weight: bold;">Um vulto</span><br /><span style="font-weight: bold;">Será mesmo?</span><br /><span style="font-weight: bold;">Sim, lá está ela</span><br /><span style="font-weight: bold;">De calça jeans e camiseta.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Uma lembrança apenas</span><br /><span style="font-weight: bold;">A lembrança da menina que fui</span><br /><span style="font-weight: bold;">Obrigada, querida</span><br /><span style="font-weight: bold;">Obrigada por cada momento que viveste e viverás</span><br /><span style="font-weight: bold;">Sou tudo aquilo que desejas? Não</span><br /><span style="font-weight: bold;">Se me arrependo? Também não</span><br /><span style="font-weight: bold;">Aconselharia-te a sorrir cada sorriso que sorri</span><br /><span style="font-weight: bold;">Chorar cada lágrima que chorei</span><br /><span style="font-weight: bold;">E conhecer cada amigo que conheci</span><br /><span style="font-weight: bold;">Mas a realidade é tênue</span><br /><span style="font-weight: bold;">Podes ser quem quiser</span><br /><span style="font-weight: bold;">E cada possibilidade é perfeita</span><br /><span style="font-weight: bold;">Pois vivemos no melhor dos mundos possíveis</span><br /><span style="font-weight: bold;">Agora vai</span><br /><span style="font-weight: bold;">Vai, vive e não olhes para trás</span><br /><span style="font-weight: bold;">Quem sabe um dia</span><br /><span style="font-weight: bold;">Encontramo-nos outra vez</span><br /><br />Isabelle<br />21/08/09<br /><br /><span style="font-size:85%;">Somos resultado do que fomos. Mas não somos a mesma pessoa que fomos. E nunca voltaremos a ser. Mas sem dúvida devemos muito àqueles que fomos há um dia ou 1 milênio atrás.</span>Bellehttp://www.blogger.com/profile/10942480198716643182noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-37672251.post-76316417570100136602009-08-16T13:49:00.004-03:002009-08-16T15:20:46.282-03:00Ilusões<span style="font-weight: bold;">Enfrentei o acaso</span><br /><span style="font-weight: bold;">Era jovem, não sabia.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Tentei vencê-lo com sonhos</span><br /><span style="font-weight: bold;">Espadas de papel, castelos de cartas</span><br /><span style="font-weight: bold;">Sem equilíbrio, desmoronaram </span><br /><span style="font-weight: bold;">Frente a meus olhos assustados</span><br /><span style="font-weight: bold;">Sonhos de um futuro que não mais existiria.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Transformei-os em planos,</span><br /><span style="font-weight: bold;">Tolamente acreditei conseguir assim</span><br /><span style="font-weight: bold;">A solidez necessária</span><br /><span style="font-weight: bold;">Castelos de areia</span><br /><span style="font-weight: bold;">Sem fundação, esfacelaram-se</span><br /><span style="font-weight: bold;">Entre meus dedos trêmulos</span><br /><span style="font-weight: bold;">Planos para um destino que jamais pôde existir</span><br /><span style="font-weight: bold;">Desiludida, converti-os em certezas.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Iludi-me pensando ser capaz </span><br /><span style="font-weight: bold;">De fixar em concreto </span><br /><span style="font-weight: bold;">O futuro.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Inutilmente tentei </span><br /><span style="font-weight: bold;">Vencer o acaso</span><br /><span style="font-weight: bold;">Lográ-lo em seu próprio jogo</span><br /><span style="font-weight: bold;">Apenas para assitir minhas certezas ruírem</span><br /><span style="font-weight: bold;">Certezas de uma posteridade inexistente.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Aprendi uma lição, espero</span><br /><span style="font-weight: bold;">Se o acaso é meu mestre,</span><br /><span style="font-weight: bold;">Pouco adianta negar</span><br /><span style="font-weight: bold;">Resta-me, desiludida, aceitar</span><br /><span style="font-weight: bold;">E oferecer ao Caos </span><br /><span style="font-weight: bold;">Meus sonhos, meus planos, minhas certezas</span><br /><span style="font-weight: bold;">E quem sabe assim, </span><br /><span style="font-weight: bold;">Ao cair da noite, manter um pouco de todos eles.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Assim, aceito-o como guia.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Até a próxima batalha</span><br /><span style="font-weight: bold;">Em minhas fortalezas de algodão.</span><br /><br />Isabelle<br />16/08/09<br /><br /><span style="font-size:85%;">Um bom resumo de como uma romântica inveterada lida com suas decepções ao longo da vida.</span><br /><span style="font-size:85%;">Desilusão, decisão de não mais se machucar, não mais planejar, não mais sonhar, situações comuns na vida desses românticos crônicos.</span><br /><span style="font-size:85%;">Até a próxima vez.</span>Bellehttp://www.blogger.com/profile/10942480198716643182noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37672251.post-61294804944478039802009-08-03T10:39:00.014-03:002009-08-16T14:43:12.563-03:00Explicações<span style="font-weight: bold;">A vida clama a explicação.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Se não há porquê, não há razão.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Não há razão de ser.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Mas nem tudo tem de ser assim.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Querem descobrir a razão de tudo</span><br /><span style="font-weight: bold;">Para tudo deve haver uma explicação.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Genética, astronomia, física quântica, neurologia.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Todas em busca das mesmas explicações coerentes.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Racionalizando o mundo</span><br /><span style="font-weight: bold;">Matando a magia</span><br /><span style="font-weight: bold;">Destruindo a fantasia</span><br /><span style="font-weight: bold;">Um dia conseguirão.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Explicarão o último grande mistério da vida.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Matarão a última fada.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Quem colorirá o mundo então?</span><br /><br />Isabelle<br />03/08/09<br /><br /><span style="font-size:85%;">Nota mental: achar o dicionário.<br />A repetição infindável das palavras "razão" e "explicação" me incomoda. E a você? De resto, esse poema me agrada. Sim, a eterna luta entre ciência e misticismo está decidida. Ciência wins. Mas será isso necessariamente uma boa coisa?</span>Bellehttp://www.blogger.com/profile/10942480198716643182noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-37672251.post-50107555105505344742009-05-16T17:04:00.008-03:002009-08-16T14:45:56.651-03:00Mundo imóvel<span style="font-weight: bold;">A garrafa, a mesa</span><br /><span style="font-weight: bold;">Uma conversa trivial</span><br /><span style="font-weight: bold;">Dois copos</span><br /><span style="font-weight: bold;">Duas mãos que se encontram</span><br /><span style="font-weight: bold;">A conta, por favor</span><br /><span style="font-weight: bold;">Ainda não,</span><br /><span style="font-weight: bold;">Essa noite não pode acabar</span><br /><span style="font-weight: bold;">A horas passam,</span><br /><span style="font-weight: bold;">A manhã chega</span><br /><span style="font-weight: bold;">O tempo não passa,</span><br /><span style="font-weight: bold;">Essa noite não pode acabar</span><br /><span style="font-weight: bold;">Um beijo,</span><br /><span style="font-weight: bold;">O mundo não gira mais</span><br /><span style="font-weight: bold;">O tempo imóvel</span><br /><span style="font-weight: bold;">Pois essa noite não pode acabar</span><br /><span style="font-weight: bold;">Amanhã o mundo volta a girar</span><br /><span style="font-weight: bold;">Amanhã a vida clamará por atenção.</span><br /><span style="font-weight: bold;">Mas que importa o amanhã?</span><br /><span style="font-weight: bold;">Neste momento as horas não correm</span><br /><span style="font-weight: bold;">Importa o agora.</span><br /><span style="font-weight: bold;">O futuro somos nós quem fazemos.</span><br /><br />Isabelle<br />14/05/09<br /><br /><span style="font-size:85%;">Esse poema foi escrito meio no susto, num guardanapo, mas enfim, resolvi que não vou ser mais tão crítica em relação aos meus poemas. Já escrevi tanta coisa ruim, que é um pouco difícil que eu consiga me superar em relação a isso algum dia. Estabeleço uma relação mais emocional que racional com meus poemas. Não gosto deles por serem bem escritos. Gosto por contarem uma história que me agrada, por um verso bem feito ou uma palavra bem escolhida, por terem sido gerados de uma boa idéia (ainda que terrivelmente excutados), por saírem bem diferentes da intenção inicial, ou simplesmente por estarem terminados. Neste eu gosto da história por ele contada. Essa cena, que poderia se passar em apenas algumas horas ou em toda uma vida. Não era a mnha intenção quando eu escrevi, mas depois de escrito, encontrei essa nova interpretação. Não surgiu depois que eu terminei o poema, simplesmente esta lá. Simplesmente é.</span>Bellehttp://www.blogger.com/profile/10942480198716643182noreply@blogger.com3