Enquanto caio, sinto não a minha queda,mas a queda de todos do mundo.E é impossível não amá-los.tão pequenos e solitáriostão frágeis.Como eu.Frágeis e inseguros.Têm medo da queda.Têm medo de saltar.Mas esquecem-se que apenas saltando alcançarão o mais alto.esquecem-se que apenas com a queda alcançarão o alíviode estar de volta ao chão. Não sinto mais medo da queda.
pois na queda, encontro o chão.
e no chão, apoio para um novo salto.
E se dobrar bem os joelhos,
se conseguir bastante impulso,
talvez consiga chegar ainda mais alto.
E ver ainda mais longe.
E no instante segunte,
cair.
E na queda, sentir a queda de todos do mundo mais uma vez.
Sinto suas dores, em mim.
E é por isso que não esqueço de dobrar os joelhos ao cair.
Pois o mesmo chão que me alivia de minha queda,
fere-me se eu deixar.
E não posso deixar, pois em minha queda há a dor de todos do mundo.
e seus anseios,
e seus desejos.
Venha comigo.
Dobre os joelhos, para um bom impulso.
salte.
Estique-se, para chegar mais alto.
E sinta a vertigem de cair.
Sinta-se parte de cada um do mundo
mas não se distraia.
Não se esqueça do chão.
ele aproxima-se mais e mais
antes que você espere.
Não se esqueça de dobrar os joelhos novamente.
Como uma reverência,
como fez para deixá-lo, você faz novamente para reencontrá-lo.
E livrar-se da vertigem embriagante da queda.
Isabelle
18/11/07