domingo, agosto 16, 2009

Ilusões

Enfrentei o acaso
Era jovem, não sabia.
Tentei vencê-lo com sonhos
Espadas de papel, castelos de cartas
Sem equilíbrio, desmoronaram
Frente a meus olhos assustados
Sonhos de um futuro que não mais existiria.
Transformei-os em planos,
Tolamente acreditei conseguir assim
A solidez necessária
Castelos de areia
Sem fundação, esfacelaram-se
Entre meus dedos trêmulos
Planos para um destino que jamais pôde existir
Desiludida, converti-os em certezas.
Iludi-me pensando ser capaz
De fixar em concreto
O futuro.
Inutilmente tentei
Vencer o acaso
Lográ-lo em seu próprio jogo
Apenas para assitir minhas certezas ruírem
Certezas de uma posteridade inexistente.
Aprendi uma lição, espero
Se o acaso é meu mestre,
Pouco adianta negar
Resta-me, desiludida, aceitar
E oferecer ao Caos
Meus sonhos, meus planos, minhas certezas
E quem sabe assim,
Ao cair da noite, manter um pouco de todos eles.
Assim, aceito-o como guia.
Até a próxima batalha
Em minhas fortalezas de algodão.

Isabelle
16/08/09

Um bom resumo de como uma romântica inveterada lida com suas decepções ao longo da vida.
Desilusão, decisão de não mais se machucar, não mais planejar, não mais sonhar, situações comuns na vida desses românticos crônicos.
Até a próxima vez.

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